sábado, abril 26, 2008

etnias

Tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos e na África do Sul, o racismo, como ideologia, foi uma forma transitória de justificativa da ordem social da escravidão ou colonização, primeiro, e depois do colonato, servidão ou parceria. Ou seja, a subordinação e a sujeição política e econômica dos negros foram, primeiro, justificadas pela conquista e pela força dos senhores, e apenas mais tarde pela inferioridade biológica e/ou cultural dos sujeitados, antes de passarem a ser justificadas pela pobreza e pelas características individuais e grupais dos sujeitados. Os Estados Unidos foram, entretanto, dentre os três, o primeiro país a constituir-se como um Estado de direito e a justificar a desigualdade dos indivíduos apenas a partir de suas características imanentes (força, ousadia, ambição, perseverança etc.), que emergem em situação de competição em mercados livres. Tal fato, junto com a resistência da população branca em aceitar a completa igualdade de direitos dos ex-escravos, acabou por facilitar a aceitação de uma doutrina racista para justificar a limitação dos direitos dos negros. Os Estados Unidos abrigaram pois, por um tempo, uma dualidade de ordem jurídica num mesmo Estado de direito. O modo completo, ainda quando dual, como se desenvolveu tal Estado de direito foi, talvez, o responsável pelo fato de que nos Estados Unidos o racismo, como sistema jurídico, pudesse ser facilmente desmantelado e revertido, no âmbito do próprio sistema jurídico, sem necessidade de uma grande transformação do sistema político, ou uma reconstrução da nacionalidade. Quando a ideologia do racismo deixou de ser legítima, deixou também, em pouco tempo, de ser legal, e o racismo como sistema passou a ser atacado também por políticas públicas de correção.

2 comentários:

Peru disse...

O blog ta tri e achei muito interessante que as reservas atuais de petróleo e de demais fontes fosseis de energia só vão durar mais 40 anos e tambem que o numero de linguas falada la é muito grande!

Chile disse...

Se a gente parar para pensar,o Eua
tem seu lado bom,em relação a seus habitantes,pois a maioria é negra e lá hoje não existe tanto racismo,enquanto a nós brasileiros não poupamos de lutar por essa causa.Claro que houve muitos problemas e ainda há nesse país,sobre o racismo,mas lá pelo menos seu governo trata disso.Hoje também por estarem recebendo uma superlotação de imigrantes eles tem muito cuidado quando se trata de etnias!
Muito legal o Blog,pois retrataram muito bem sobre todos os assuntos,bem complementados.